Está aí um assunto tão tabu e tão polêmico quanto comentar sobre o sexo oral no primeiro encontro ou sobre sadomasoquismo, ménage à trois ou poliamor: não fazer sexo por opção. É difícil num mundo tão cheio de apelos e em que praticamente todo mundo pode ter prazer sexual, e sabe que isso está ao seu alcance, optar por ser assexuado. É quase reacionário.
Mas é exatamente isso que muitas pessoas escolhem para suas vidas, e isso não significa não ter um namorado, ou renunciar ao convívio de gente bonita, é simplesmente não sentir necessidade de sexo. Acho estranho? Nós também e gostaríamos de tentar entender, e respeitar, como se deve fazer com todas as escolhas de cada pessoa.
Uma matéria da agência BBC Brasil expõe alguns casos, um deles é de uma jovem britânica que mesmo sendo assexuada aos 21 anos, tem namorado. Jenni Goodchild, de 21 anos, diz que não sente desejo quando gosta de alguém e que não dá a mínima importância que outras pessoas dão ao ato sexual.
A grande questão é: se o desejo de fazer sexo, é antes de mais nada, uma necessidade biológica, essa falta de desejo pode vir a ser uma doença?
Pode até ser, mas segundo a reportagem, a ciência não dá tanta atenção aos casos de quem não gosta de sexo. Parece que as pesquisas no campo de que quem adora o doce esporte do sexo dá muito mais "pano para a manga".
O mais surpreendente é que a jovem está na idade em que os hormônios estão em polvorosa. Realmente é algo estranho, pelo menos para nós, é impossível imaginar a vida sem sexo, sem contato físico e por aí vai.
E tem mais. Segundo a matéria, o sociólogo Mark Carrigan, da Universidade de Warwick, explica que há, por exemplo, assexuados românticos e não românticos.
O romantismo não depende do sexo para existir, é um estado de alma, principalmente se levarmos em conta os ícones românticos da literatura mundial, que se deleitavam com amores impossíveis, que nunca se consumavam, nem ao menos um beijinho. Porém, estamos falando de 2012, de redes sociais, de ebulição, e de compartilhamento.
Por Giseli Miliozi