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Poucos meses depois que as pessoas casam, quando ainda estão se adaptando à nova rotina, sempre tem alguém que pergunta: “E a vida sexual, como está?”. É claro que, por si só, a pergunta cria uma aura de constrangimento, afinal, isso é um assunto íntimo, mas além disso é a pergunta mais errada que a gente poderia fazer.
Frequência sexual e felicidade não são a mesma coisa. É claro que precisamos do sexo. Ele acalma, une, faz bem para a saúde e nos deixa com uma deliciosa sensação de euforia. Só que o resto também é muito importante. Mas que resto é esse?
Fui na Erótika Fair durante o fim de semana e em meio a vibradores, bonecas infláveis e shows eróticos resolvi observar os casais. Eram pessoas de todas as idades, com jeitos diferentes, maneiras diferentes de se vestir, mas com um único objetivo: tornar a vida sexual mais interessante.
Havia aqueles jovens, com cara de que ainda moravam em casas separadas, que você podia ver que estar trocando sacanagens ao pé do ouvido. Tinha casais mais velhos que estavam escolhendo lingeries sensuais. E, é claro, os casais que estavam brigando. E é sobre eles que eu quero falar.
A conversa começava bem, eles estavam escolhendo o que comprar e aí, do nada, escapava uma farpa. E é claro que essa farpa não era deixada de lado pela outra pessoa. A farpa era devolvida e invariavelmente era possível ouvir: “Era melhor que você não tivesse vindo”.
Imagina que coisa horrorosa você ouvir da pessoa com quem escolheu dividir a vida que era melhor que ela não estivesse ao seu lado. Mas é isso o que acontece quando as pessoas não estão na mesma sintonia, fazem as coisas por obrigação e não conseguem mais tratar a outra com o respeito que merecem. E nada disso se resolve com o sexo.
O sexo vem depois de toda a questão emocional. Os problemas resolvidos com sexo são apenas aqueles que têm cunho sexual. Você não pode salvar a relação, o diálogo e a interação entre você e seu parceiro apenas transando. Algumas coisas precisam ser ditas, outras precisam ser sentidas e no fim das contas é importante lembrar que um relacionamento feliz é como um quebra-cabeças e se uma parte estiver virada do lado errado você não vai conseguir montar o restante.
Relacionamentos a longo prazo precisam de reciprocidade, interesses em comum e respeito aos limites do outro. Sua obrigação é ajudar a outra pessoa a evoluir, incentivá-la a descobrir o que a deixa feliz, dá prazer e a faz se sentir bem. Em todas as áreas da vida, não apenas no sexo.
Enquanto existem problemas entre duas pessoas, o sexo vai apenas mascarar essas questões e não resolve-las. O que você precisa fazer é manter as duas coisas em paralelo. É claro que você não vai deixar de fazer sexo enquanto resolve uma questão que pode demorar décadas para se tornar ideal, mas também não pode fingir que está tudo bem porque sexualmente vocês estão satisfeitos.
Quando duas pessoas casam a pergunta que os amigos e a família deveriam fazer é: “Vocês têm conversado? Vocês têm conseguido decidir as coisas sem brigar? Vocês têm respeitado o espaço um do outro?”. E, então, vocês têm